Dom Vicente Marchetti Zioni, arcebispo emérito de Botucatu
Nascido em São Paulo em 1911, dom Zioni ingressou no Seminário de Pirapora em 1928. Cinco anos depois foi estudar teologia em Roma, ainda no pontificado de Pio XI. Ordenado padre na Basílica de São João de Latrão, em 11 de abril de 1936, ele laureou-se em teologia e direito canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana.
De volta ao Brasil, deu aulas e foi reitor do Seminário Central de São Paulo. O Papa Pio XII o nomeou bispo-auxiliar de São Paulo em 1955. Nove anos depois, foi transferido para Bauru, onde assumiu como primeiro bispo diocesano.
Ao ser promovido, em 1968, para o arcebispado de Botucatu, o ato do Papa Paulo VI causou a primeira crise interna na Igreja, após o Concílio Vaticano II, quando um grupo de padres protestou contra a sua nomeação, alegando que dom Zioni era centralizador e não aberto ao diálogo. Quase um ano depois, o arcebispo assumiu e os sacerdotes se afastaram da diocese.
Por duas décadas dom Zioni permaneceu à frente da Arquidiocese de Botucatu, quando reativou o Seminário Menor São José e abriu o Seminário Maior João Paulo II, além de ter se empenhado para atrair religiosos e sacerdotes para solucionar o problema da falta de clero. Criou várias paróquias, reativou o jornal diocesano, ordenou doze padres e implantou um curso de teologia para leigos, além de incentivar a realização de movimentos de leigos, como o Cursilho de Cristandade e o Treinamento de Liderança Cristã (TLC).
Em Avaré, cidade que visitava com freqüência, dom Zioni criou as paróquias de Nossa Senhora de Fátima (Brabância) e de São Pedro Apóstolo (Bonsucesso). Em 1986, recebeu da Câmara de Vereadores o título de “Cidadão Avareense”, que foi conferido por iniciativa do ex-vereador Edson Dias Lopes.
Em 1989, os 77 anos, o Papa João Paulo II aceitou a sua renúncia e nomeou para sucedê-lo, dom Antônio Mucciolo, então bispo de Barretos. Desde então passou a residir num modesto apartamento na Vila dos Meninos Sagrada Família, um orfanato de Botucatu. Até o ano de 2006 ainda lecionou no curso de teologia para Leigos.
Vítima de pneumonia, morreu na manhã dia 15 de agosto de 2007, aos 95 anos de idade. Era o bispo mais velho do Brasil, respeitado por sua vasta cultura e pela convivência na Igreja, tendo conhecido seis papas ao longo de sua vida.
Seu sepultamento, acompanhado por dez bispos e 40 padres, foi realizado na tarde da quinta-feira, após missa exequial celebrada na Catedral de Botucatu, onde o corpo do religioso foi velado por milhares de fiéis.
A cidade de Botucatu parou para homenagear dom Zioni. O prefeito Mário Ielo decretou luto oficial e o comércio, em respeito à memória do velho arcebispo, abaixou as portas. O corpo de dom Zioni, sob os aplausos dos fiéis, foi conduzido pelos atiradores do Tiro de Guerra e pelos membros da Guarda Municipal até a cripta da Catedral de Sant’Ana, onde foi sepultado ao lado de três bispos, seus antecessores.
Mais detalhes sobre o bispo: http://www.catholic-hierarchy.org/bishop/bmazi.html
Texto adaptado do Jornal A Voz do Vale
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