Mitos e verdades sobre o Natal
Com o nascimento de Jesus, começa uma nova era na história dos homens com Deus. É por isso que o nosso calendário conta os anos “depois de Cristo”. Na pessoa de Jesus de Nazaré, é o filho de Deus – ele próprio Deus – quem vem ao mundo para ser nosso irmão. É por isso que não podemos evocar seu nascimento sem evocar a Deus. São Mateus e São Lucas também não podem relatar seu nascimento como narrariam o de uma criança qualquer. No seu Evangelho, não narram apenas o que aconteceu, mas também – para dar testemunho da plena verdade – o que os acontecimentos significam no projeto divino. Ambos insistem no fato de que Jesus, o salvador, nasceu de uma virgem, pelo poder do Espírito Santo.
A típica história que nós repetidamente ouvimos é:
“Na noite de 25 de Dezembro, cerca de 2000 anos atrás, Maria se dirigia a Belém montada em um jumento, à beira de dar à luz o seu bebê. Embora fosse uma emergência, todas as hospedarias lhes negaram abrigo. Então eles tiveram Jesus em um estábulo. Em seguida, os anjos cantam aos pastores, e depois todos se juntam aos três reis magos montados em camelos no louvor ao silencioso recém-nascido.”
O problema é que essa história pode estar muito longe do que realmente aconteceu. Os eventos que rodearam o nascimento têm sido recontados tantas vezes de tantas formas – em peças, poesias, livros e filmes – que a maioria das pessoas têm uma visão distorcida dos verdadeiros eventos. O único registro preciso é o que se encontra na Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus.
Maria montou num jumento para chegar em Belém? Talvez, mas há várias outras possibilidades. A Bíblia não diz como ela chegou a Belém. Diz apenas que ela foi acompanhada por José.
Maria chegou a Belém na noite em que ela deu à luz? A Bíblia não sugere isso. Eles podem ter chegado semanas antes. A Palavra de Deus simplesmente diz: “E aconteceu que, estando eles ali [em Belém], se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz” (Lucas 2,6). Chegar na cidade bem antes dessa data faria mais sentido. A jornada de Nazaré a Belém normalmente durava três dias.
José ou Maria falaram com algum hoteleiro? Talvez, mas não há razões bíblicas fortes para acreditar que sim. Embora hoteleiros sejam importantes personagens em muitas peças de Natal, nenhum hoteleiro é realmente mencionado no registro bíblico do nascimento de Cristo. Além do mais, é bem possível que Maria e José tenham na verdade se hospedado numa casa com parentes, não em algum tipo de hotel dos tempos bíblicos.
Jesus nasceu em um estábulo? Ou em um celeiro? Ou em uma caverna? A Bíblia não menciona nenhum desses três lugares em conexão com o nascimento de Cristo, menciona apenas uma manjedoura. A Escritura diz apenas que eles deitaram Jesus em uma manjedoura porque não havia nenhum lugar para ele no quarto de hóspedes. Maria necessitava de um lugar tranqüilo e isolado para o parto.
A palavra grega usada na Escritura é kataluma, e pode significar quarto de hóspedes, alojamento ou hospedaria. Na única outra vez que aparece no Novo Testamento, essa palavra significava um quarto amplo e mobiliado de um sobrado, dentro de uma casa particular. É traduzido como quarto de hóspedes, não como hotel (Marcos 14,14-15). Jesus provavelmente nasceu na casa de parentes, mas for a da sala e do quarto de hóspedes.
A vaca e o jumento junto da manjedoura conforme representado nos presépios, resulta de uma simbologia inspirada em Isaías 1,3. Não há nenhuma informação fidedigna que prove que havia animais junto do recém-nascido Jesus.
Três reis magos montados em camelos estavam presentes no nascimento de Jesus? A Bíblia não fala que nenhum rei ou camelo visitou Jesus. Ela menciona que homens sábios (“magos”) foram, mas não diz quantos. Nenhum dos primeiros Pais da Igreja sugeriu que os magos eram reis. Como a palavra “magos” usada na Bíblia está no plural, havia aparentemente ao menos dois deles, e pode ter havido mais – até mesmo muitos mais deles. A Bíblia menciona apenas que três presentes caros foram dados por eles – ouro, incenso e mirra, mas isso não indica necessariamente o número dos magos. Não há prova de qual era o país de origem desses homens.
O menino Jesus apresentado no Templo.
Antes que os magos chegassem a Belém, Jesus viajou para Jerusalém, para ser apresentado no Templo, e de lá voltou a Belém. (Lucas 2, 21-22).
E mais, os sábios homens claramente não visitaram Jesus enquanto ele ainda estava deitado na manjedoura, como é comumente apresentado em cartões e peças. Os magos não chegaram até algum tempo depois da apresentação de Cristo no Templo em Jerusalém (Lucas 2,22-39).
Nesse momento, a Escritura se refere a Jesus como uma “criança”, não como um “bebê”. É possível que o pequeno Jesus já estivesse andando e falando então. Com base nos cálculos do Rei Herodes e dos magos (Mateus 2:16),Jesus podia já ter dois anos ou menos.
Jesus Cristo nasceu antes de Cristo
Em 1650, o arcebispo irlandês James Usher fez as contas e concluiu que Deus criou o mundo às 15h30 do dia 23 de outubro de 4004 a.C. Errou, mas inventou a expressão “antes de Cristo”, que usamos até hoje.
Um abade de Roma, no século VI, fixou a suposta data em que Jesus teria vindo à Terra. Seu nome era Dionísio, o Exíguo (500-560), ou Pequeno Dionísio. Acontece que os cálculos estavam errados. Apesar da falha, a cronologia do abade foi aceita pelos cristãos de todos os continentes.
Dionísio partiu de um episódio marcante – a fundação de Roma -, cuja data estava registrada nos arquivos da cidade. Aí, ele também encontrou a duração de todos os reinados romanos desde essa época. Assim, verificou que tinham se passado 726 anos desde a fundação da cidade até a posse do imperador Augusto. Esse número era importante porque, segundo os dados levantados por Dionísio, Cristo havia nascido 27 anos depois dessa posse, durante o período em que Herodes governou a Palestina. Fazendo a soma, o abade concluiu que o nascimento ocorrera 753 anos após o surgimento de Roma.
Estaria tudo bem se Dionísio não tivesse cometido um deslize. “Ele provavelmente deixou de contar um período de quatro anos durante o qual o imperador Augusto governou com seu nome de batismo, Otávio, entre 27 e 31 a.C”.
Segundo a Bíblia, Herodes tentou matar Cristo quando esse era ainda bebê. O historiador judeu Flavius Josephus (37-100) diz que o famigerado Herodes morreu no mesmo mês de um eclipse lunar que, para os astrônomos, ocorreu com toda a certeza em 4 a.C. Então, é claro que Cristo tem que ter nascido antes do ano 4 a.C.
De uma maneira ou de outra, aos poucos o calendário de Dionísio ganhou aceitação popular e por volta do ano 1000 já tinha se espalhado por toda a Europa.
O papa italiano Gregório XIII (1502-1585) entrou para a História com a fama de ter sido o responsável pelo calendário que usamos (gregoriano). Chefiando uma comissão de matemáticos e astrônomos, ele ordenou pequenos ajustes no sistema de medida de tempo dos romanos e, em 1582, oficializou o costume de contar o tempo a partir do nascimento de Jesus Cristo.
O ano está errado e o dia também
Se o ano não está correto, o dia exato do Natal é simplesmente desconhecido. “A data de 25 de dezembro só foi instituída por conveniência política”, afirma o astrônomo Othon Winter. “A Bíblia não diz em nenhum lugar quando nasceu o filho de Deus.” Sem a dica da data certa, diversas regiões da Europa e do Oriente Médio escolheram dias diferentes para comemorar o Natal, embora mais tarde aderissem à orientação romana.
Não se sabe o motivo dessas opções, a não ser no caso em que a data tornou-se a mais popular, o 25 de dezembro: esse era o dia festejado pelos romanos como o aniversário do deus persa Mitra, que não tem nada a ver com o cristianismo, mas era muito popular naqueles tempos. Como Roma era a capital da cristandade e a cidade mais importante do mundo à época, sua data se impôs, prevalecendo até hoje. Vencida pelos fatos, a Igreja a adotou oficialmente em 440.
Aliás, o próprio Novo Testamento parece indicar que a data de 25 de dezembro está errada. O Evangelho de Lucas afirma que Jesus é seis meses mais novo que João Batista, que diversos registros indicam ter nascido em 27 de março. Nesse caso, o verdadeiro Natal cairia no final de setembro.
Presépio
A tradição católica diz que o presépio (do lat. praesepio) surgiu em 1223, quando São Francisco de Assis quis celebrar o Natal de um modo o mais realista possível e, com a permissão do Papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos e vários outros animais. Nesse cenário, foi celebrada a Missa de Natal.
O sucesso dessa representação do Presépio foi tanta que rapidamente se estendeu por toda a Itália, das casas nobres européias até as classes mais pobres. Na Espanha, a tradição chegou pela mão do Rei Carlos III, que a importou de Nápoles no século XVIII. Sua popularidade se estendeu ao longo do século XIX, e na França, não o fez até inícios do século XX. Em todas as religiões cristãs, é consensual que o Presépio é o único símbolo do Natal de Jesus verdadeiramente inspirado nos Evangelhos.
Fontes:
ChristianAnswers.net
http://www.christiananswers.net/portuguese/christmas/mythsaboutchristmas-pt.html
Revista Superinteressante
http://super.abril.com.br/superarquivo/2006/conteudo_192443.shtml?pagina=1
http://super.abril.com.br/superarquivo/1999/conteudo_118033.shtml
Wikipedia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Natal
Eu Creio – Pequeno Catecismo Católico
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Um comentário sobre “Mitos e verdades sobre o Natal”
MUito bem, pois comemoramos a data errada do Natal, Jamais JESUS teria nascido no,inverno, isso porque os pastores estavam no campo e os magos viram a estrela, que seria impossivel ver alguma coisa, por causa da neve . Estive numa casa em Portugal onde os pastores dormem numa cama limpa e quente junto com as ovelhas e não como conhecemos a estrebaria no Brasil . Possivelmente Maia ficou numa dessas camas, confortavelmente instalada , numa casa de dois pavimentos como vi em Portugl onde mimha mãe foi pastora . Sou evangélica e historiadora e já pesquisei os mitos do Natal .O importante é que Jesus nasceu para me salvar , não importa a dataque o fato ocorreu